A chuva que tem caído ainda não é suficiente para 'salvar' o concelho da Covilhã. A barragem da Cova do Viriato, que abastece o concelho, está com 20% de capacidade e se a precipitação não for elevada nas próximas duas semanas, a água será racionada a apenas duas horas por dia.
No resto do País a situação é pouco melhor: de 31 barragens 22 estão com armazenamento inferior a 40% (ver caixa).
"A situação é muito preocupante e se não chover, de forma consistente, nos próximos 20 dias teremos que racionar o abastecimento de água a duas horas diárias", alerta o presidente da Câmara da Covilhã.
O concelho está fora de qualquer sistema multimunicipal e aproveitou a barragem, localizada na serra da Estrela, para o abastecimento. Porém Carlos Pinto adianta que a barragem "está só com 20% da sua capacidade, um dos piores registos de sempre".
A capacidade da barragem é de 1,5 milhões de metros cúbicos, mas, neste momento, só tem uma reserva de de 300 mil metros cúbicos. Isto para fazer face a um consumo de 70 mil metros cúbicos por semana.
O autarca justifica o deficiente armazenamento com a "fraca pluviosidade registada até ao momento que faz com que as reservas subterrâneas sejam menores a que se junta o reduzido caudal".
A Câmara da Covilhã apresentou "em 2001, um projecto para uma nova barragem (da Ribeira das Cortes, lembra Carlos Pinto. Mas "enquanto o licenciamento das barragens da EDP voa, o nosso arrasta-se há 8 anos sem qualquer explicação", critica. "Não conseguimos desbloquear a avaliação de impacto ambiental", explica. O processo está "encalhado" num terreno necessário para uma nova barragem, que o proprietário tentou classificar junto do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico.
Retirado de: Diário de Noticias