sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Tortosendo


TORTOSENDO

Orago: Nossa Senhora da Oliveira
População: 5405 habitantes
Actividades económicas: Indústria, comércio e serviços
Feiras: São Martinho (último Domingo de Janeiro), São Gregório (3º Domingo de Maio), São Pedro (29 de Junho) e São Miguel 29 de Setembro)
Festas e romarias: Procissão do Senhor dos Passos (4º Domingo da Quaresma), Enterro do Senhor (Sexta-feira Santa), Procissão nocturna da Senhora dos Remédios (de Sábado anterior à Quinta-feira da Ascensão), Procissão diurna da Senhora dos Remédios (de Domingo a Quinta-feira da Ascensão) e Quinta-feira da Ascensão
Património cultural e edificado: Igreja matriz e capela de Nossa Senhora do Rosário, do Senhor do Calvário, de Nossa Senhora dos Remédios, de Santa Margarida, de São José Operário, de São João, de São Brás e da casa Garrett, fontes e chafarizes
Outros locais de interesse turístico: Jardim público, no Largo da Feira
Gastronomia: Panela no forno e bolo da Páscoa
Artesanato: Trabalhos em madeira, pinturas de quadros e azulejos e tecelagem
Colectividades: Diversas instituições recreativas sócio-culturais e desportivas

Tortosendo, a terra dos teares e das fiadeiras, já não é a mesma. Tem vindo a crescer muito, nos últimos anos, e a prova disso é o leque diversificado de actividades comerciais e industriais que hoje aqui se regista. No "Guia de Portugal", editado pela Fundação Gulbenkian por volta de 1960, as mudanças já se notavam. Dizia Hipólito Raposo sobre a freguesia: "Tortosendo, vila muito industrial, de 2939 habitantes, possuindo, entre grandes e pequenas, vinte fábricas de fiação e tecelagem de lanifícios, que ocupam algumas centenas de operários. Está situada a quinhentos e setenta metros de altitude".
Situada próxima da margem direita do rio Zêzere, a freguesia de Tortosendo encontra-se a 7 Km da cidade da Covilhã, na encosta sudoeste da Serra da Estrela. O seu povoamento remonta à época lusitana, embora a fixação definitiva do homem só se tenha dado depois da fundação da Nacionalidade, porque até aí as invasões estrangeiras não pararam, desde os romanos, aos povos germânicos e aos muçulmanos.
Tortosendo é citada pela primeira vez num documento de 1186 referente à Covilhã, a cujo termo sempre pertenceu. Refere a "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira" em relação a essa época e ao nome da freguesia: "Dizendo Tortosendo, quer significar-se o território actual da freguesia deste nome, pois que, na opinião mais aceitável, deve reputar-se esta designação relativamente recente, coeva da repovoação afonsina. É de citar a opinião de absurda dos que pretendem dar por étimo a Tortosendo um vocábulo português antigo "tortozes" (isto é rolas, as aves), significando, pois, "terra de rolas", e até por isso se inclinavam para escrever - zendo. Na verdade, trata-se do nome pessoal Troitosendo (Tructesindus), de origem germânica e muitíssimo usado até ao início da Monarquia, e ainda nos inícios dos séculos XII e XIII. Deste topónimo, diz o douto filólogo Dr. J. M. Piel: "Eis outro nome formado com drauths: Trctesindus, Tructesendo, Troitesendo, Triutesendo" (século X-XIII) que significa expedição do exército. É frequentíssimo em documentos medievais. (...) ora Tortosendo não é genitivo - primeiro indício de que pode não ser topónimo muito antigo, pois que, antes da Nacionalidade, a maior parte dos topónimos antroponímicos são genitivos (possessivos), patronímicos ou plurais. (...) Tortosendo é um topónimo desta época (de D. Sancho I) e não mais antigo, isto é, o próprio nome pessoal, na forma romance ou já portuguesa, Troitosendo, usada por um povoador - o principal, quiçá de início único - do termo da Covilhã."
Assim sendo, Tortosendo parece ter sido baptizada por algum povoador local, que aqui chegou e decidiu deixar a sua presença bem assinalada para o futuro. Pode-se dizer que o conseguiu da forma mais imorredoira, ou seja, através da toponímia.
Quanto à instituição paroquial de Tortosendo, parece ter sido também muito antiga. Por volta do século XIV, já a velha ermida dedicada a Santa Maria se havia transformado em templo paroquial. Detinha o seu padroado a coroa, e assim ficou em diante. No século XVIII, o mesmo rei apresentava a prior, que tinha de rendimento anual a mui significativa quantia de 300 mil réis.
A freguesia está indirectamente ligada à famosa Lei da Separação entre a igreja e o Estado, promulgada pelo regime republicano em 1911. Para Tortosendo fugiu D. Manuel Vieira de Matos, bispo da Guarda que se manifestara violentamente contra a lei e fora obrigado a renunciar ao cargo que ocupava. A sua presença na freguesia, durante alguns dias apenas, provocou as mais diversas reacções na população local. Um grupo de operários, fiéis à República e aos seus princípios, manifestou-se contra a permanência do bispo, mas a maioria da população estava a seu lado. D. Manuel Vieira de Matos acabou mesmo por partir para o Fundão, deste distrito, depois de algumas conversações com o governador civil de Castelo Branco.
Alguns anos depois, em 1927, a freguesia ascendia à categoria de vila através de decreto de 11 de Agosto. A partir de Setembro de 1945, o seu nome passava a escrever-se oficialmente com um s.
Do património da freguesia, um registo para a igreja paroquial, templo de estilo D. João V, apresenta belos altares em talha dourada e as paredes decoradas com azulejos pintados com cenas da vida de Nossa Senhora (o orago que já o é, mencionado como tal, desde o século XVI). Além do altar-mor, tem três altares, dedicados a Nossa Senhora das Dores, ao Coração de Maria e às Almas.
Muito importante é também a igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, já foi a igreja matriz da freguesia, situada no centro de Tortosendo, tem um altar-mor em excelente talha renascença e uma bonita imagem do Coração de Maria.

Retirado do site: http://www.cm-covilha.pt/

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