"Estas fibras são um elemento de competitividade. São vendáveis no mercado interno e no estrangeiro, pelo que permitem a esta empresa enfrentar as dificuldades da conjuntura e encarar com confiança o que há-de vir." Foi desta forma que o Ministro da Economia e Inovação, Teixeira dos Santos, resumiu na passada sexta-feira, 4, o que viu na visita que efectuou à empresa Fitecom, localizada no Parque Industrial do Tortosendo. Uma fábrica que produz tecidos para as confecções, mas que tem apostado, nos últimos anos, na investigação de modo a criar fibras inovadoras.
Criada em 1993, a Fitecom, de João Carvalho, dedica-se sobretudo a produzir tecidos 100 por cento lã e tem crescido. Nos primeiros sete anos de vida teve um crescimento na ordem dos 35 por cento. Produz sobretudo para o mercado europeu (Portugal apenas absorve cerca de sete por cento do que é ali feito) e tem como principais clientes o sector dos uniformes, como a PSP, GNR, TAP, entre outros. Emprega 174 pessoas, cerca de 20 por cento deles licenciados e foi crescendo nas vendas até 2002, altura em que, segundo João Carvalho, começou a sentir na pele a concorrência asiática. Apesar de tudo, mantém-se estável e, segundo o empresário, apesar da crise no têxtil não ter acabado “sinto que o mercado está a mexer novamente”. A Fitcom tem também trabalhado muito no desenvolvimento de novas fibras adequadas a novos tipos de utilização (anti-odores, anti-stress ou que reagem à temperatura), uma base tecnológica que acaba por reforçar a competitividade. Só que João Carvalho aproveitou a visita do ministro para o alertar para a asfixia que o sector da banca cria nas empresas, bem como os seguros de crédito. “O aumento de spread e comissões é brutal” frisa o empresário, que diz ser mais vantajoso negociar com bancos e seguros no estrangeiro, com taxas mais atractivas. “Não se entende como é que uma seguradora portuguesa nos quer cobrar o dobro de uma estrangeira que, ainda por cima, nos assegura o dobro” lamenta João Carvalho.
Teixeira dos Santos diz que o trabalho feito pela Fitecom na produção de novas fibras “é um valor acrescentado.” Considera que actualmente já "não há sectores tradicionais" e há que ter em atenção "que há produtos ultrapassados", que precisam de inovação. Sobre os bancos, o governante também concorda com o empresário, atribuindo as dificuldades à “aversão ao risco”, dizendo que depois desta crise que afectou o mundo há hoje “mais critério na avaliação de projectos”.
Retirado de: Noticias da Covilhã