Casal seguia viagem para Lisboa. No Fratel, Jorge Estrela parou o carro na berma da estrada e disparou quatro tiros. Ela sobreviveu, ele matou-se...
Está em estado estável e a recuperar no Hospital de Coimbra, uma empresária de Belmonte que na quarta-feira , dia 4, foi alvejada na berma da Estrada Nacional 3, antigo IP 2. Ao que tudo indica o crime foi cometido pelo companheiro que, entretanto, se suicidou com arma do crime.
Um relacionamento passional envolvido em conflitos, supostamente por a mulher querer acabar a relação, estará na origem da tentativa deste homicídio.
Jorge Estrela, de 57 anos, natural do Fundão, onde teve uma loja, e Fernanda Pinto, de 42, empresária em Belmonte, eram ambos divorciados e mantinham um namoro. Residiam atualmente num apartamento do Tortosendo (tinham-no arrendado há menos de dez dias), mas em Belmonte, terra onde se terão conhecido, e onde também residiram, os problemas da relação eram conhecidos. Fernanda e Jorge até já tinham estado separados. Ela emigrou, mas regressou. O relacionamento foi reatado. Agora, preparava-se para emigrar novamente. O destino era França. O objetivo, comenta-se na vila, era o de “fugir” de Jorge, que não aceitaria o fim do relacionamento.
Ainda assim, ele optou (não se sabe se a pedido dela se por vontade própria) por ir levar Fernanda ao aeroporto. Era para lá que se dirigiam na quarta-feira de manhã. A viagem foi interrompida muito antes na zona no Fratel, no antigo IP2, num troço que não tem saída e que é paralelo à A23.
Foi aí que o Audi, em que o casal seguia, foi encontrado. Estava estacionado na berma da via. Ao lado os dois corpos: Jorge Estrela já sem vida e Fernanda Pinto ainda com sinais vitais. Tinham ambos sido atingido por dois tiros. A posição dos corpos, a localização da arma e o facto de uma habitante do Fratel ter ouvido a mulher gritar por ajuda, levou as autoridades a suspeitarem imediatamente que estavam perante um crime passional. A hipótese de assalto também foi ponderada, mas a PJ de Coimbra, que entretanto tomou conta da investigação, também acredita que está perante uma tentativa de homicídio seguida de suicídio, adiantou ao JF fonte ligada à investigação.
Não se sabe se Jorge terá seguido aquela estrada por engano, ou propositadamente. Se terá tentado convencer a mulher a desistir da viagem ou se terá ficado simplesmente em silêncio. Certo é que quando a vizinha os viu sair de casa pela manhã – a casa que tinham arrendado no Tortosendo – Jorge Estrela já levava com ele a arma do crime. Em Belmonte, a notícia foi recebida com consternação, isto apesar de Jorge Estrela ser ali visto como um homem com “temperamento forte” e de, no café que frequentava, até já ter deixado o desabafo que, mesmo assim, não fez adivinhar o pior: “Ela desgraça-me a vida, mas dou cabo da vida dela”. Na quarta-feira cumpriu a “maldita” promessa.
Retirado de: Jornal do Fundão