sábado, 30 de julho de 2011

Gentes do Tortosendo: Gabriel Raimundo



Gabriel Raimundo nasceu nas abas da Serra da Estrela – Tortosendo, concelho de Covilhã – e ancorou na orla da lendária Capa Rica (Costa e Charneca – Almada) na década de 70. Entretanto, conheceu Luanda entre 1962 e 64, na área da escrita contabilística e num ambiente de subtil discriminação racial que o incentivou a aprofundar a vocação literária, vislumbrada na fase das Redacções escolares.

A veia da criatividade deu vazão a textos poéticos e de prosa, no fervilhar da utopia despoletada emMaio de 68, em Paris enquanto exilado político, no seguimento do Não!, ao embarque para a Guiné-Bissau como Alferes Miliciano...

Na Cidade-Luz, pugnou pelo esclarecimento civilizacional dos nossos patrícios, designadamente nas páginas do Jornal do Emigrante na qualidade de Director, em estreita colaboração com uma equipa também dinamizada por Moisés Espírito Santo, hoje Sociólogo. A urbe pulmão do Humanismo Universal aproximou-o de indomáveis lutadores pela implantação de um urgente regime, assente na Liberdade em Lisboa e arredores...

A sua faceta jornalística encontra-se impressa em díspares órgãos de cariz informativo e cultural, entre os quais, Jornal do Fundão, O Diário, Diário do Sul, Diário do Alentejo, Imenso Sul, Revista da Casa do Alentejo, Artes e Letras de Expressão Portuguesa na Diáspora, Revista do Correio da Manhã, Boletim da Liga dos Amigos de Tortosendo... E, para além de trabalhos inseridos em publicações de Paris, e dos Açores(por ocasião do serviço militar), o Autor reanimou o Voz di Povo (Praia - Cabo Verde) no período de 1988 a 92, como formador e membro da Redacção, após ter editado em Lisboa o Portugal Cá & Lá.

No mundo das Autarquias, iniciou-se como Secretário da Assembleia de Freguesia de Charneca de Caparica aquando da autonomização da respectiva Junta, anteriormente integrada no Monte de Caparica.

Um ciclo de 7 anos no Alentejo, com poiso principal em Évora, culminou com dois volumes de entrevistas – Alentejo 2000 – Novos Tempos, e Alentejo – Desafios de Água – previamente divulgadas noDiário do Sul, com o encorajamento do Director, Manuel Madeira Piçarra e igualmente seus entusiastas filhos, sintonizados com os horizontes promissores do moreno e sofrido território.

A colaboração intensa - no emblemático quotidiano eborense - coexistiu com a participação noutras publicações regionais e foi antecedida por nova modalidade na Comunicação, durante cerca de cinco anos. Precisamente - como Assessor no domínio da Informação Autárquica - na Câmara Municipal de Évora.

O "Senhor Presidente" é o 16º. livro de sua autoria (7 romances, 2 infanto-juvenis, 2 de crónicas, 2 de estórias, 1 monografia, 2 de entrevistas). Neste período criativo – de Dezembro de 1979 (Na Estranja) ao presente – colaborou em 5 obras colectivas, organizou e prefaciou as criações de 3 Poetas Populares.

Figura em colectâneas diversas, com destaque para a Literatura Actual de Almada (1997). De destacar também a participação na Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial, editada em Junho de 2011.

Retirado de: Ediumeditores

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