terça-feira, 21 de maio de 2013

Conservatório aposta no Tortosendo






















O Conservatório de Música da Covilhã vai avançar, no próximo ano lectivo, com o ensino articulado de música no Tortosendo. A revelação foi feita na passada quinta-feira, 9, pelo director da instituição, Barata Gomes, que diz mesmo que está em equação criar um pólo do Conservatório na vila.
O Conservatório conta hoje com 460 alunos, a maioria no ensino articulado, e cerca de 46 colaboradores. Tem 110 alunos no pré-escolar e 1º ciclo e segundo os dirigentes tem tido muita procura por parte dos pais das crianças. “Esperamos que a crise monetário não se faça sentir. Há essa preocupação em termos futuros” explica o director pedagógico do Conservatório, Rogério Peixinho. Barata Gomes lembra que os pais das crianças do primeiro ciclo e pré-escolar têm que pagar mensalidades que, contudo, “não são nada por aí além, tendo em conta o que se passa em outros colégios privados”.E assegura que a instituição é, neste momento, “uma referência em termos nacionais”.
O Conservatório agendou, na passada semana, uma conferência de imprensa para mostrar o trabalho que está a ser feito numa casa com 87 anos de existência, lembrando não só passado, mas sobretudo o presente e futuro da instituição. Barata Gomes diz que o orçamento anual é de 100 mil euros, com poucos apoios, a não ser os financiamentos devidos ao ensino articulado. “De resto, pouco mais. Fazemos uma gestão ao tostão” assegura.
Já o director pedagógico, Rogério Peixinho, lembra que o Conservatório é das instituições “mais reconhecidas e emblemáticas do Interior”, que foi a “primeira escola de música” criada na região e que na Covilhã, nos últimos anos, “só o Conservatório tem implementado projectos de música profissional”, numa cidade onde “existe muito défice” nesse âmbito. Peixinho recorda que foi do Conservatório que saíram nomes como Filipa Lã, Jean Pierre, Paulo Santos Dias ou Lígia Santos, entre outros, “consagrados no panorama nacional”, e acredita que o ensino da música é “fundamental para o desenvolvimento das capacidades dos alunos”. A grande aposta recai no ensino articulado, que é subsidiado, e permite assim que “mesmo pessoas de extratos mais desfavorecidos possam ter acesso à música”. O director pedagógico lamenta que a cultura erudita, na cidade, “esteja muito esquecida” e acredita que o Conservatório é uma “pedrada no charco” nesse capítulo.

Concertos vão andar na rua

Até final do ano estão definidas várias actividades, como concertos ao ar livre, em vários locais da cidade (Goldra, Pelourinho, Primor, Igreja de Santa Maria) de modo a “aumentar o nível de vida covilhanense. Isso não pode ter apenas a ver com motivos económicos, mas sim pelo usufruto da arte” acredita. No futuro, consolidar o projecto existente, alargar a acção educacional e assegurar mais e melhores recursos humanos são objectivos do Conservatório, que lembra que há uns anos tinha essa dificuldade. “Mas hoje temos grandes nomes da música portuguesa que telefonam e revelam disponibilidade em virem para cá. Às vezes, até tenho dificuldade em perceber isso” frisa Rogério Peixinho.
Um dos grandes projectos futuros é a criação de um coro infantil da Covilhã, com miúdos que habitualmente não têm acesso à música, em freguesias vizinhas. Já há 98 inscritos e o projecto avançará no ano que vem. A escola dispõe ainda da vertente da dança.
Já no que toca ao primeiro ciclo e pré-escolar, o coordenador, João Sá Pinho, recorda as condições materiais da escola e sobretudo as actividades extra-curriculares que deixam os alunos melhores preparados para o futuro. Para além disso, “temos uma escola aberta todo o ano, mesmo nas pausas lectivas” e em que se dá muita importância não só à vertente escolar, mas também afectiva. “As nossas crianças, hoje, estão cada vez mais tempo nas escolas. Têm por isso que haver uma forte componente afectiva. É isso que se faz na nossa escola” assegura.

“Damos vida ao centro da cidade”

Barata Gomes não nega que o grande handicap da instituição é a localização. Lembra que, no fim do dia, quando os pais vão buscar os filhos, as ruas estreitas bem no Centro Histórico são um obstáculo. Porém, “nós damos vida à cidade. Já nem estou a ver o Centro Histórico, com a diminuição de população que tem tido, a ficar sem o Conservatório” frisa. 

Retirado de: Noticias da Covilhã
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