Cerca de dois anos após a assembleia de credores ter aprovado a insolvência da Vesticon, as trabalhadoras daquela fábrica de confecções no Tortosendo ainda não conhecem o valor das indemnizações a que têm direito. Reunidas no último sábado, no Sindicato Têxtil da Beira Baixa, decidiram enviar ao juiz do processo um requerimento em que solicitam “celeridade na sentença de graduação de créditos.”
Embora o património da empresa ainda não tenha sido vendido, Luís Garra, presidente do STBB, lembra que “não é preciso haver venda de património para se concretizar a regulação de créditos”. Uma coisa não depende da outra mas “há vantagens” na graduação de créditos pois mal seja vendido o património, imediatamente se saberá “para quem vai o dinheiro”, acrescenta o sindicalista. A Vesticon chegou a empregar cerca de 200 pessoas. A maioria já perdeu o subsídio de desemprego e permanece desempregada. Engrossam o número de desempregados do distrito de Castelo Branco “sem qualquer meio de subsistência”. Dos cerca de onze mil desempregados registados, “apenas 47 por cento recebem subsídio de desemprego”, acrescenta Luís Garra. As antigas trabalhadoras da Vesticon têm uma média de 40 a 50 anos de idade. Aguardam pela venda do património da empresa e que está calculado em “mais de um milhão de euros”. Em dois anos apareceram duas propostas de aquisição dos bens da Vesticon, mas as propostas de valor bastante inferior à proposta de venda e o facto de se tratar de compradores sem actividade industrial inviabilizaram qualquer acordo. Segundo Luís Garra, um dos potenciais compradores do património da Vesticon representava “uma empresa suíça de Lausanne, mas o valor ainda era mais baixo que o de uma empresa de compra e venda de máquinas de confecção”. Luís Garra é de opinião que a conjuntura do mercado imobiliário não é favorável, contudo o processo não deve manter-se “à de eterno. É preciso ser mais acutilante na procura de potenciais compradores”,adverte o responsável.
Retirado de: Jornal do Fundão