quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Bebé nasce sem pé, família promete processar a médica


Pais acreditam que tenha havido negligência médica e consideram que tinham o direito de ser informados da deficiência do bebé. Agora exigem ajuda e prometem avançar para tribunal

NASCEU às 03 e 15 de dia 1 de Janeiro e foi o primeiro bebé do ano de 2012 no Centro Hospitalar da Cova da Beira. A notícia seria de plena felicidade, não tivesse sido o facto de o pequeno Vítor não ter um pé. Os pais garantem que nunca foram informados e que só tiveram conhecimento da deficiência depois do parto. Agora não calam a revolta contra a médica que acompanhou a gravidez e prometem avançar para Tribunal. Para já, apresentaram uma exposição à administração do hospital. Dão conta da situação, pedem apoio e acrescentam que o caso está a ser acompanhado por um advogado.

Por seu turno o hospital não nega ter conhecimento do caso, explica que foi aberto um inquérito de averiguações, mas recorda que há muitos factores a serem analisados antes de se concluir se há ou não responsabilidades por parte da obstetra. Para os pais – Elizabete e Vítor Reis Domingos – não restam dúvidas de que existiu negligência.

“Nunca me disse nada. A médica dizia-me que o meu filho era perfeitinho e que até lhe contava os dedinhos. Eu estava descansada, mas fiz tudo como me foi indicado. Fiz as ecografias dos três, dos cinco e dos oito meses. Foram todas feitas por essa médica e ela nunca me disse nada. Não posso acreditar que não tenha dado conta, aliás ela própria já confirmou que sempre soube”, disse, em declarações ao JF, a mãe do bebé, Elizabete Domingos, que reside com a família na freguesia do Tortosendo.

“Eu sou mãe de mais duas meninas e já fiz outras ecografias, mas não tenho conhecimentos suficientes para ver se está tudo bem. Confiei na médica e só dei conta que me estava a enganar quando o médico que fez o parto me perguntou se eu já sabia que o meu menino tinha um defeito no pé. Pensei que não fosse grave, mas quando vi, nem me consegui controlar...”, testemunha Elizabete Domingos.

Pormenores a que acrescenta uma alegada conversa tida depois com a cunhada da parturiente.

“A minha cunhada foi falar com ela. Perceber como é que uma coisa destas tinha acontecido. Se era um erro ou se a médica nem tinha dado conta. Queríamos entender, mas se já estávamos surpreendidos e chocados, pior ficámos. A médica disse à minha cunhada que sempre soube que o bebé não tinha pé e ainda teve o descaramento de dizer que só não nos tinha dito porque tinha medo que eu abortasse”, relata Elizabete Domingos, que apesar de já ter tido alta hospitalar, continua na unidade de saúde à espera que o filho também possa ir para casa.

“Quer fazer mais exames e eu não o consegui deixar sozinho. Estou preocupada com o futuro. Arrasada e o meu marido está ainda pior porque nem sequer está em Portugal (tinha ido ao Brasil comprar mercadoria que comercializa nos mercados). Enfim, estamos perdidos mas não vamos esquecer que somos pais dele”, afiança.

Contactado pelo JF, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira, Miguel Castelo Branco, confirma que o processo já chegou à administração e que foi imediatamente aberto um inquérito.

Retirado de: Jornal do Fundão

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