terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Empresários sentem-se enganados



Enganados e desmotivados, os empresários vão repensar o futuro nesta região que deixa de ser actrativa do ponto de vista do investimento com a introdução de portagens na A23 e A25.

A introdução de portagens na A23 e A25 será uma "tragédia" para a Beira Interior. Muitas empresas vão encerrar, outras vão sair da região. É o caso da empresa de distribuição alimentar António Ezequiel. O director geral já fez as contas e a empresa não está preparada para um aumento de 120 mil euros de custos anuais "nós somos uma empresa de distribuição alimentar, o nosso mercado é o mercado nacional, temos 40 viaturas a circular diariamente na A23 e A25, isto vai custar à empresa um custo anual de 120 mil euros, a empresa vai perder competetividade". Perante esta realidade a António Ezequiel só resta uma alternativa: sair da região. O empresário, que acaba de investir na empresa mais de dois milhões de euros sente-se enganado pelo poder político "eu há três anos fiz um investimento no Tortosendo de mais de 2 milhões de euros, que ficou concluído no ano passado, nunca pensando na introdução de portagens, foi-nos garantido que isso não iria acontecer, eu sinto-me enganado e se a medida for para a frente estou a pensar deslocalizar a minha empresa".

No Flagrante Directo da RCB que juntou empresários da região à mesma mesa, o tema das portagens nas Scuts foi largamente debatido. Enganados e desmotivados, os empresários vão repensar o futuro nesta região que segundo Pedro Paiva "deixa de ser actrativa do ponto de vista do investimento". O administrador da Desfibras e sócio gerente da Family Farma aponta o dedo ao poder político central e local "eu penso que os políticos que tomaram esta decisão não conhecem a nossa realidade, não sabem onde fica a Beira Interior e os políticos locais também nada têm feito para alterar esta situação. Também Pedro Paiva equaciona a saída "eu estou descrente em relação ao futuro desta região e no meu caso vou repensar o futuro, não só por mim mas principalmente pelos meus filhos".

Os empresários deitam contas à vida. É o caso de João Carvalho, presidente do conselho de administração da Fitecom e proprietário da quinta dos termos "se essa medida for avante no caso da Quinta dos Termos vai aumentar os custos em 5%, no caso da Fitecom imagine o que são 200 toneladas a circular todos os meses nestas estradas, somos duplamente penalizados com a entrada da matéria prima e a saída do produto final". À semelhança de António Ezequiel também João Carvalho se sente enganado com este volt-face de introdução de portagens na A23 e A25 "eu quando fiz os investimentos na quinta foi também tendo por base o desencravamenteo da Beira Interior, ainda não há muito tempo que até Lisboa demorávamos 5 horas, hoje fazemos o percurso em duas horas e meia, o mesmo se passa em relação ao Porto, agora com a introdução de portagens na A23 e A25 vai ser complicado, e mais, é que as empresas deixando de ter margens de lucro deixam de investir". Um problema que médio prazo pode significar o fim de muitas empresas que sem investimento deixam de se modernizar.

Os empresários pedem ao poder político que repense a decisão de introduzir portagens na A23 e A25 sob pena de estar a condenar a região.

Retirado de: Rádio Cova da Beira

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Clica nas Mensagens Antigas

Clica nas Mensagens Antigas

Número total de visualizações de páginas